Fórum das Hortas
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Proteção de Sementes

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Proteção de Sementes Empty Proteção de Sementes

Mensagem por José Lopes Sáb Jul 07, 2012 10:50 pm

Este post foi retirado de:http://paixaodahorta.blogspot.pt
Devidamente autorizado pelo seu proprietário.

O objectivo de proteger sementes, tem como finalidade poupar despesas
na sua aquisição no ano seguinte, bem como a certeza de ter os
frutos/hortícolas que se deseja!!!
Se um horticultor, agricultor e jardineiro pensa, que terá sementes
puras, só porque cultivou na sua horta uma espécie de cada hortícola –
está redondamente enganado!!! É preciso contar com os seus
vizinhos. Vamos lá trocar isto por “miúdos”… Um horticultor plantou na
sua horta 5 pés de melões X, 6 pés de pepinos X, 2 pés de cabaças X, 4
pés de melancias X, etc., e julgando que pode “descansar à sombra da
bananeira”, porque plantou uma espécie de cada hortícola, e que não são
hibridáveis entre si, é melhor pensar outra vez… porque o mais certo é a
“fava” lhe sair… O porquê é simples: as abelhas não são
“exclusividade” de um quintal; elas têm um certo raio de acção na
procura do seu alimento, e por isso, pode haver um horticultor a 800m
(etc) do primeiro, que plantou outra espécie de melão (Y), e uma
abelha, depois de ter poisado numa flor macho, do diferente melão deste
segundo horticultor, muda de horta…e vai poisar numa flor fêmea do
melão do primeiro horticultor… E que por acaso, dará fruto e será
exactamente desse fruto que ele recolherá as sementes… A solução, é a
protecção!
Bom, aconselham os conhecedores, que é preciso um mínimo de 1000m (sem
garantias totais), entre as culturas – mas garantias são dadas se esse
espaço passar a 2000m entre culturas da mesma espécie! Ou seja, lá no
meio da Serra… o Asdrúbal plantou melões Branco do Ribatejo, e o seu
vizinho mais próximo, o Ambrósio, que habita a 2Km, cultivou o melão
Pele de Sapo. Pois estes pachorrentos vizinhos… podem dormir à sombra do
chaparro, que as sementes dos seus melões serão garantidamente puras –
olé… Parece coisa pouca e fácil...mas não é.
Quando se trata de “manear” sementes correntes do dia-a-dia, a frase
anterior até terá sentido, mas se o caso for de obtenção e preservação
de sementes raras e exóticas, então faz todo o sentido pôr em pratica a
sua protecção e pureza!
Este sistema que aqui apresento (garrafas plásticas) foi pensado e
elaborado por mim. Não estou com isto a implorar louros, graças e
vaidades! Poderá haver alguém (?), em algum lugar (?), que já tenha
elaborado este sistema; nunca encontrei na net imagens que documentem
esse facto!
Existe outras formas de protecção, que são as que eu aprendi logo de
inicio (deixarei aqui os links), e que são as utilizadas até à data. Mas
eu acabei de compreender, que esse sistema (o da fita adesiva), é bom
no caso de abóboras e cabaças, mas débil nos melões, meloas, melancias e
pepinos. O porquê é simples : as flores das duas primeiras são grandes
e fáceis de manear, já as outras cucurbitaceas são de flor pequena, e
portanto, mais complicado o seu manuseamento. Assim sendo, coloquei os
neurónios a trabalhar, com o intuito de descobrir forma de proteger os
melões (etc) com mais eficácia. A “maçã” só me caiu na cabeça já no
final da temporada (2009), por isso, deu tempo para ver que daria
resultado, mas já não houve tempo de obter sementes com este sistema.
Este ano é “a prova dos nove”. Mas eu coloco a minha mão no fogo como
este sistema é eficaz !!!
Quero reforçar a última frase com a seguinte nota : eu participo num
site de troca de sementes puras (o site é estrangeiro, mas não o irei
anunciar a quem quer que seja), e apresentei já no ano passado este
sistema ao site ; pois foi bem aceite pelo criador do site, e até hoje,
nenhum dos participantes objectou qualquer dúvida ao sistema !
Muito importante este paragrafo: A polinização manual é um acto sexual,
quer nós queiramos quer não, e portanto, ao esfregar uma flor macho
numa fêmea é um acto anormal para o homem. É um trabalho que o Criador
entregou aos insectos, com o maior fardo para as abelhas. Por isso, o
homem, em certo sentido, está a fazer a obra de DEUS (neste caso
refiro-me à criação de espécies), e a roubar o “emprego” às abelhas,
por isso é muito aconselhável disponibilizar flores melíferas às
abelhinhas, já que vão ser “expropriadas” de um trabalho, e
principalmente, de uma refeição muito apetitosa para elas. E isso mesmo:
as flores das cucurbitaceas são um petisco para as abelhas ! Mais:
caso algum “forasteiro” ao ver este post, com informações de acto
sexual e mais meias de vidro na “ementa”...aviso que este sítio é um
blog sério e de respeito, com algumas “maluquices” do seu autor, mas
não é um espaço pornográfico. Aceitam-se brincadeiras com o “ latim”,
mas já não serão aceites as brejeirices! Para bom entendedor...

Vamos lá então proteger sementes de cucurbitaceas !!!
Quatro objectos são necessários para a protecção:

* Uma garrafa de plástico vazia (pode ser de 2L, mas eu vou utilizar as de 5L).
* Um fio de pano (eu prefiro esta matéria, para não cortar o tronco onde será amarrado).
* Um X-Acto.
* Uma meia de vidro (collant), ou um tecido TNT (tecido não tecido).

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De
seguida corta-se os topos da garrafa com o X-Acto (cortei pelo fundo
da garrafa, desviado 1cm das bordas, deixando desta forma a garrafa
arredondada, evitando assim ocasiões de romper a meia de vidro. Em
cima, cortei aí a uns 2 cm da curvatura).
O porquê de cortar os topos é simples : a intenção é deixar o ar
circular, evitando assim que o calor fermente o pólen e a planta no seu
interior.

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Depois
de ter os topos cortados, cubro a garrafa com a meia de vidro. Sempre
com cuidado para não romper ! Isto é como um preservativo: rompendo, “a
cegonha” trás novidades...

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Esta
imagem mostra o momento em que pego na ponteira de uma rama com
flores. A imagem mostra uma melancia, já com as flores abertas, mas como
já expliquei, na altura que me lembrei deste sistema, já não havia
mais nada disponível. Portanto, agora imaginem, isto que aqui vêem é
uma ponteira de um ramo com flores fêmeas, E FECHADAS (assim abertas já
não vale a pena a protecção. O sistema tem de ser colocado antes de as
flores abrirem).

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O
mesmo processo agora tem de ser feito com as flores macho, e também
com as flores FECHADAS ! Por isso tratem de arranjar várias garrafas ou
garrafões, e meias de vidro que cheguem, pois é preciso prevenir...
Por fim, ata-se o fio de pano em volta do tronco e da meia de vidro. Bem atado mas sem mutilar o tronco!

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Notas importantes:
Eu aconselho a seguinte polinização : plantar no mínimo 2 pés da mesma
espécie. Exemplo – planto 2 pés do melão Casca de Carvalho, um chama-se
o A e o outro o B. Agora arranjo 4 garrafões com as meias de vidro, e
coloco um garrafão numa ponteira de flores fêmea no melão A e no melão
B. O mesmo processo se aplica para o A e B no que se refere às flores
macho. Quando for polinizar, retiro uma flor macho do Melão A e vou
polinizar a flor fêmea do melão B. A flor macho do melão B será para
polinizar a fêmea do melão A !
Simples...
Os garrafões ou garrafas, são para ser colocados quando as flores estão
fechadas (logo que nascem), e a polinização é feita quando a flor
aparece aberta ; isto é um espaço muito curto de dias. A polinização
deve ser feita de manhã, entre as 7 e as 11h, depois com o calor
fermentará.
É aconselhável utilizar um mínimo de duas flores machos para cada
fêmea, garantido assim uma polinização eficaz. Depois de retirar as
pétalas de flor macho, fraccionar na flor fêmea (sem retirar as pétalas)
com muita delicadeza.
Depois de polinizada a flor fêmea, voltar a colocar o fio de pano em
volta da meia de vidro e do tronco, ficando aí até o fruto se começar a
desenvolver (pode ser de uma semana a três semanas...), e depois
retira-se definitivamente. O garrafão que estava nas flores macho,
depois da polinização já não volta mais. Marcar com delicadeza o fruto
que foi protegido e polinizado, por exemplo com um fio de lã um pouco
abaixo do fruto, ou com adesivo colorido ; assim o horticultor não
esquece que é daquele fruto que deve retirar as sementes para as
próximas sementeiras !
Quando se está a fazer a polinização manual, deve-se ter as mãos bem
lavadas, e voltar a lavar sempre que se polinizou uma fêmea. Por
exemplo : a fêmea do melão A, já foi polinizada com duas ou três flores
machos do melão B, agora vou polinizar a flor fêmea do melão B com as
flores macho do melão A, mas com toda a certeza, as minhas mãos terão
pólen das flores machos da primeira polinização, por isso é aconselhável
lavar de novo as mãos.
Muita atenção durante este processo todo, pode uma abelha poisar, tanto
numa flor macho como numa flor fêmea, e assim o processo fica sem
efeito. O aconselhável é, por exemplo, retirar 2 flores macho do melão
A, com cuidado poisar dentro de uma pequena caixa (etc), avançar para a
garrafa do melão B, e tentar polinizar a flor fêmea sem retirar a
garrafa nem a meia de vidro, sempre com muita atenção para que nenhum
insecto (e não é só abelhas), entre e “borre a pintura”!

Tomates
Quanto à protecção dos tomates, aqui a história já é outra…
As flores dos tomates são diferentes dos melões, ou seja, as flores nos
tomateiros são hermafroditas – portam os dois sexos dentro da mesma
flor. Já não há necessidade de colher uma flor masculina para esfregar
na fêmea.
Os insectos são um dos possíveis polinizadores (verdade seja dita que,
as abelhas não são muito vistas por “estas bandas”…), mas julgo que não
ando longe da verdade, ao dizer que o principal polinizador nos
tomates é o vento!
Vamos lá então proteger e polinizar os tomates!
Esta imagem que aqui se vê, foi gentilmente cedida pelo Joba, do Lugar Nunca Pensei.
Eu acrescentei-lhe os rascunhos e as letras.
O C representa o primeiro cacho de tomates que este tomateiro produziu. Já possui todas as flores abertas.
A figura A e B representam o mesmo cacho; o segundo que nasceu no
tomateiro. Ora, a protecção de sementes nos tomateiros, deve ser feita
sempre (?) neste segundo cacho, mas também pode ser feito no terceiro e
quarto, o primeiro é que nunca! O problema é que adiando para o
terceiro ou quarto, depois pode ser tarde ao recolher as sementes para
secá-las, e às vezes até para amadurecer o fruto, já que só se deve
colher sementes de um fruto maduro e saudável! O porquê de não proteger
o primeiro cacho, deve-se ao facto de “este primogénito” ser portador
de uma ou duas flores “bastardas” (a folha seria de batata).
Voltando ao essencial…
O cacho de cima contêm 5 flores, 4 fechadas no B e uma aberta no A.
Ora, a protecção deve ser feita no B, quando as flores ainda se
encontram fechadas. Isto é muito fácil de fazer (proteger) quando se
trata de cachos de tomates cereja, já que os cachos são mais longos e
férteis, agora num tomateiro normal, é um bocadinho complicado…
A solução aqui era enrolar um pequeno fio de marcação à flor A,
proteger todo o cacho com uma meia de vidro, ou tecido não tecido (tnt),
e depois de nascerem todos (?) na protecção, o fio da flor A indica
que aquele tomate não será para colher sementes!
Isto como não tem nada haver com polinização manual, explicado no
melões, trata-se simplesmente de proteger, portanto, o tomateiro depois
precisa de uma ajuda diária do homem, ou seja – “abanar o pessegueiro”…
A explicação: A flor do tomateiro é hermafrodita, e a polinização não é
manualmente, e depois de protegida com os collants, os pequeninos
insectos já não podem ajudar, e o vento encontra “obstáculo” na
protecção, resta ao homem sacudir ligeiramente as flores, com os dedos, e
todos os dias (até se descortinar um tomate do tamanho de uma
ervilha). Basta…duas vezes por dia, aí uns 20 segundinhos… O “todos os
dias” é só para ter uma certeza…
Este abanar faz o pólen masculino cair no ovário da flor.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Esta imagem é do ano passado. Vê-se um bom cacho protegido com uma meia de vidro.
Julgo tratar-se do Pêche Blanche?...

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Notas:
Eu ainda não capei os melões, e muito menos fiz as protecções para as
sementes, por isso, imagens desses factos só quando tal acontecer!

Espero que tenham entendido as minhas explicações, já que foi com esse
intuito que eu criei o blog, para ajudar os horticultores nas “manhas”
que a horta exige. Eu também quando precisei, procurei na net (em
português), e não havia nada de nada… Tive depois de me socorrer além
fronteiras, na língua francesa, e foi lá que encontrei tudo o que hoje
sei…
Digam de vossa justiça – omissões / inexactidões / erros / incompreensões / questões…

No ano passado por esta altura, o PC estava de férias (entre Março até
ao final de Junho)…e verdade seja dita, estou com vontade de voltar a
“fugir” da net por uns bons tempos… (vou ver se aguento até ao final de
Agosto ou Setembro…)


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José Lopes
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